Sacudir as ideias e recarregar as baterias da criatividade é um curso presencial ministrado pelas escritoras Julia Dantas e Caroline Joanello.
Essa oficina de Escrita Criativa ocorrerá aos sábados pela manhã (das 9h às 12h), nos dias 16 e 23 de março, 6, 13 e 20 de abril de 2024, na sede do Gog (Praça Osvaldo Cruz, 15 / sala 1005, Centro Histórico de Porto Alegre).
Para quem é o curso Sacudir as ideias?
Esta é uma oficina para quem quer compreender um pouco mais a respeito da própria criatividade e renovar (ou começar) a relação com a escrita. Vamos explorar temas como inspiração, criatividade, procrastinação e a aplicação da escrita no dia a dia, seja no trabalho ou na vida pessoal.
Para participar você não precisa de experiência prévia e também não é necessário ter um projeto de escrita. Aqui, estamos voltadas para sacudir a criatividade e estimular o pensamento criativo.
O caminho para abrir a mente vai passar, além das aulas, por exercícios de escrita e bastante conversa, durante os cinco encontros do curso. Acompanhe abaixo o que cada encontro vai abordar.
Cronograma da oficina Sacudir as ideias
Serão cinco dias de curso, cada um com três horas de aula. O conteúdo está dividido assim:
Dia 1 – musa da inspiração nunca vi
A criatividade nasce da necessidade, esse dito popular é cheio de sabedoria. Vamos rever o conceito de inspiração ao longo da história: do sopro dos deuses às cavernas do subconsciente. Lendo Fayga Ostrower, vamos mergulhar nas noções de percepção, intenção e trabalho. Vamos derrubar o mito do artista de alma sofredora e da loucura como fonte criativa. Lendo Charles Watson, vamos falar de ócio, persistência e prática.
E como criar não depende apenas de vontade, também vamos falar de contextos de criação, circunstâncias e forças maiores.
Dia 2 – por que procrastino tanto meu deus do céu?
Por que adiamos projetos que queremos fazer? Quando se instala esse desencontro entre desejo e ação, podemos estar diante de bloqueios técnicos ou bloqueios existenciais. Há quem diga que procrastinar é um mecanismo de autoproteção, há quem diga que é uma sutil forma de protesto. Vamos ver o que dizem neurologistas, artistas, publicitários, arquitetos e uma trupe de procrastinadores.
Também vamos falar do censor interno de cada um, do potencial criador da recusa, dos falsos gênios e da defesa de Julia Cameron de um reservatório de inspiração.
Dia 3 – não escrevo com ideias, mas com palavras
A humanidade conta histórias sempre e desde sempre. Somos seres narrativos, até mesmo quando vamos passar instruções adiante. No entanto, quando a coisa vai para o papel, parece que as regras do jogo mudam, e travamos. Não mais. Vamos explorar, com diversos exemplos, as mil possibilidades da forma narrativa e trazer a literatura para a vida real.
Com isso, vamos perder o medo de experimentar quando o assunto é escrever e também quando o assunto é ler, viu?
Dia 4 – penso, leio, conecto, reescrevo, logo existo
Mesmo quando erramos, criamos. Na verdade, em criação, o erro nem sempre é o que parece e a característica singular com a qual nos equivocamos pode acabar se transformando numa marca de autoria. É a partir do erro que a humanidade e a narrativa evoluem. Vamos explorar aqui alguns belos erros que se transformaram em revoluções literárias e explorar as nossas próprias falhas como uma maneira de nos aprofundarmos em quem somos.
Também vamos explorar potenciais motivos do cansaço criativo que às vezes nos pega no pulo. Pois a chamada crise da imaginação tem diversos fatores, de burnout a capitalismo, passando pelas nossas condições pessoais. Mas será mesmo que a imaginação está em crise?
Dia 5 – sou o meu pior crítico e não sei o que fazer com isso que criei
É muito difícil avaliar o nosso próprio texto, mas não impossível. A primeira lição é que o ponto final da escrita é o início do processo libertador chamado “reescrita”. A partir de truques e técnicas específicas, vamos desdobrar formas de olhar para o próprio texto com o distanciamento necessário para encontrar pontos fortes e fracos e, com isso, retrabalhar o que deve ser aprimorado e agigantar o que merece mais espaço.
Na segunda parte, vamos multiplicar os exercícios dos encontros anteriores em uma maratona de escrita. A ideia é sacudir tudo o que está dentro e colocar para fora, afinal, só se pode reescrever aquilo que já foi para o papel.
Referências teóricas do curso Sacudir as ideias
Artes visuais
- Improbabilità, Giuseppe Colarusso
Artigo
- No, Anne Boyer
Capítulos
- L’Urgence et la Patience, Jean-Philippe Toussaint
- Um teto todo seu, Virginia Woolf
Entrevista
- O Processo Criativo, Charles Watson, site do autor
Livros
- Bartleby e companhia, Enrique Vila-Matas
- Criatividade e processos de criação, Fayga Ostrower
- Fallar, Alan Pauls
- How does it feel, Patti Smith
- O caminho do artista, Julia Cameron
- O mez da grippe, Valêncio Xavier
- Terrorismo poético, Hakim Bey
- The Dictionary of Obscure Sorrows, John Koenig
- Uncreative Writing, Kenneth Goldsmith
Julia Dantas e Cacá Joanello: professoras do Sacudir as ideias
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Julia Dantas é editora, tradutora e doutora em Escrita Criativa. Durante três anos, trabalhou na editora Dublinense na seleção e prepração de originais. Foi colunista do jornal Zero Hora e do jornal Rascunho.
Publicou em 2015 o romance “Ruína y leveza”, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura. Durante os anos de pandemia, organizou o blog Diários da Pandemia, foi co-organizadora da antologia “Fake Fiction: contos sobre um Brasil onde tudo pode ser verdade” e publicou o folhetim “Pássaros da cidade” na revista Parêntese.
Seu segundo romance, “Ela se chama Rodolfo”, saiu em 2022 pela editora DBA.
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Caroline Joanello é doutoranda em Escrita Criativa pela PUCRS e uma verdadeira viciada em oficinas de escrita, saraus e grupos de leitura.
Foi produtora de filmes e teatro, trabalhou como ghostwriter e como designer editorial e, por cinco anos, integrou o time da Livraria Bamboletras.
Tem diversos contos publicados em antologias e revistas, é uma das organizadoras da antologia Vigílias, de 2021 e uma das vencedoras do Edital Arte como Respiro do Itaú Cultural.