Oficina de inverno em Porto Alegre, com Julia Dantas e Caroline Joanello, da Baubo!
Esta é uma oficina para quem quer compreender um pouco mais a respeito da própria criatividade e renovar (ou começar) a relação com a escrita.
Vamos explorar temas como inspiração, criatividade, procrastinação e a aplicação da escrita no dia a dia, seja no trabalho ou na vida pessoal.
Para participar você não precisa de experiência prévia e também não é necessário ter um projeto de escrita.
Aqui, estamos voltadas para sacudir a criatividade e estimular o pensamento criativo.
O caminho para abrir a mente vai passar, além das aulas, por exercícios de escrita e bastante conversa, durante os quatro encontros do curso.
Acompanhe abaixo o que cada encontro vai abordar:
1 – musa da inspiração nunca vi
A criatividade nasce da necessidade, esse dito popular é cheio de sabedoria.
Vamos rever o conceito de inspiração ao longo da história: do sopro dos deuses às cavernas do subconsciente.
Lendo Fayga Ostrower, vamos mergulhar nas noções de percepção, intenção e trabalho.
Vamos derrubar o mito do artista de alma sofredora e da loucura como fonte criativa.
Lendo Charles Watson, vamos falar de ócio, persistência e prática.
E como criar não depende apenas de vontade, também vamos falar de contextos de criação, circunstâncias e forças maiores.
2 – por que procrastino tanto, meu deus do céu?
Por que adiamos projetos que queremos fazer?
Quando se instala esse desencontro entre desejo e ação, podemos estar diante de bloqueios técnicos ou bloqueios existenciais.
Há quem diga que procrastinar é um mecanismo de autoproteção, há quem diga que é uma sutil forma de protesto.
Vamos ver o que dizem neurologistas, artistas, publicitários, arquitetos e uma trupe de procrastinadores.
Também vamos falar do censor interno de cada um, do potencial criador da recusa, dos falsos gênios e da defesa de Julia Cameron de um reservatório de inspiração.
3 – não escrevo com ideias, mas com palavras
A humanidade conta histórias sempre e desde sempre.
Somos seres narrativos, até mesmo quando vamos passar instruções adiante.
No entanto, quando a coisa vai para o papel, parece que as regras do jogo mudam, e travamos.
Não mais.
Vamos explorar, com diversos exemplos, as mil possibilidades da forma narrativa e trazer a literatura para a vida real.
Com isso, vamos perder o medo de experimentar quando o assunto é escrever e também quando o assunto é ler, viu?
4 – penso, leio, conecto, reescrevo, logo existo
Mesmo quando erramos, criamos.
Na verdade, em criação, o erro nem sempre é o que parece e a característica singular com a qual nos equivocamos pode acabar se transformando numa marca de autoria.
É a partir do erro que a humanidade e a narrativa evoluem.
Vamos explorar aqui alguns belos erros que se transformaram em revoluções literárias e explorar as nossas próprias falhas como uma maneira de nos aprofundarmos em quem somos.
Também vamos explorar potenciais motivos do cansaço criativo que às vezes nos pega no pulo.
Pois a chamada crise da imaginação tem diversos fatores, de burnout a capitalismo, passando pelas nossas condições pessoais.
Mas será mesmo que a imaginação está em crise?
REFERÊNCIAS
Artes visuais
- Improbabilità, Giuseppe Colarusso
Artigo
- No, Anne Boyer
Capítulos
- L’Urgence et la Patience, Jean-Philippe Toussaint
- Um teto todo seu, Virginia Woolf
Entrevista
- O Processo Criativo, Charles Watson, site do autor
Livros
- Bartleby e companhia, Enrique Vila-Matas
- Criatividade e processos de criação, Fayga Ostrower
- Fallar, Alan Pauls
- How does it feel, Patti Smith
- O caminho do artista, Julia Cameron
- O mez da grippe, Valêncio Xavier
- Terrorismo poético, Hakim Bey
- The Dictionary of Obscure Sorrows, John Koenig
- Uncreative Writing, Kenneth Goldsmith
PROFESSORAS
JULIA DANTAS é editora, tradutora e doutora em Escrita Criativa. Durante três anos, trabalhou na editora Dublinense na seleção e prepração de originais. Foi colunista do jornal Zero Hora e do jornal Rascunho.
Publicou em 2015 o romance “Ruína y leveza“, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura.
Durante os anos de pandemia, organizou o blog Diários da Pandemia, foi co-organizadora da antologia “Fake Fiction: contos sobre um Brasil onde tudo pode ser verdade” e publicou o folhetim “Pássaros da cidade” na revista Parêntese.
Seu segundo romance, “Ela se chama Rodolfo“, saiu em 2022 pela editora DBA.
CAROLINE JOANELLO é mestre em Escrita Criativa pela PUCRS e uma verdadeira viciada em oficinas de escrita, saraus e grupos de leitura.
Foi produtora de filmes e teatro, trabalhou como ghostwriter e como designer editorial e, por cinco anos, integrou o time da Livraria Bamboletras.
Tem diversos contos publicados em antologias e revistas, é uma das organizadoras da antologia Vigílias, de 2021 e uma das vencedoras do Edital Arte como Respiro do Itaú Cultural.
Atualmente vive em Porto Alegre e prepara o seu primeiro romance.